quinta-feira, 1 de outubro de 2009

POEMA A L IDOSO



Se miu andar ye heisitante

i mies manos trémulas, amparai-me.
Se mie oudiçon nun ye buona, i tengo de me
sforçar para oubir l que bós
stais dezindo, percurai antender-me.
Se mie bison ye amperfeita
i l miu antendimento scasso,
ajudai-me cun pacéncia.
Se mie mano treme i derrubo comida
na mesa ó ne l suolo, por fabor,
nun bos eirriteis, tentei fazer l que pude.
Se me ancontrardes na rue,
nun fagades de cunta que nó me bistes.
Parai para cumbersar cumigo. Sinto-me solo.
Se bós, na buossa sensibilidade,
me birdes triste i solo, simplesmente partilhai cumigo un sorriso
i séiades solidário.
Se bos cuntei pula terceira beç la mesma stória
nun solo die, nun me reprendades, simplesmente oubi-me.
Se me cumporto cumo nino, cerquai-me de carinho.
Se stou doente i sendo un peso, nun me abandoneis.
Se stou cun medo de la muorte i tento negá-la,
por fabor, ajudai-me na perparaçon para l'adius.

(Outor Çconhecido)



Se meu andar é hesitante
e minhas mãos trémulas, ampare-me.
Se minha audição não é boa, e tenho de me
esforçar para ouvir o que você
está dizendo, procure entender-me.
Se minha visão é imperfeita
e o meu entendimento escasso,
ajude-me com paciência.
Se minha mão treme e derrubo comida
na mesa ou no chão, por favor,
não se irrite, tentei fazer o que pude.
Se você me encontrar na rua,
não faça de conta que não me viu.
Pare para conversar comigo. Sinto-me só.
Se você, na sua sensibilidade,
me ver triste e só, simplesmente partilhe comigo um sorriso e seja solidário.
Se lhe contei pela terceira vez a mesma história num
só dia, não me repreenda, simplesmente ouça-me.
Se me comporto como criança, cerque-me de carinho.
Se estou doente e sendo um peso, não me abandone.
Se estou com medo da morte e tento negá-la,
por favor, ajude-me na preparação para o adeus.

(Autor Desconhecido)

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Pensamenos




Semeia um pensamento e colherás um desejo; semeia um desejo e colherás a acção; semeia a acção e colherás um hábito; semeia o hábito e colherás o carácter. (Tihamer Toth)

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Há flores que crescem no esterco. Ou entre duas telhas, com as raízes aconchegadas entre meia dúzia de grãos de terra que o vento arrastou. E talvez sejam mais verdadeiramente belas do que as outras, que alguém colocou num grande jardim e regou abundantemente durante o estio até que se cobrissem de cores e aromas.Com os homens acontece algo de muito semelhante. Quando parecem existir todas as condições para que um homem se desenvolva harmoniosamente, cheio de virtudes e qualidades, sucede frequentemente que esse homem se torna mole e falso. E que a sua beleza - descobrimos isso mais cedo ou mais tarde - acaba por não passar de aparência.(Paulo Geraldo)